Comigo é assim: acordo e um tema me persegue. Acontece quase por acidente; uma conversa de alguem sentado ao meu lado na padaria, o cara que entrega a água menciona o tema, a velhinha na fila do banco conta a sua história…
É desse jeito que acontece. Alguns dizem que é sintonia, você atrai o tema porque vc está conectado a ele, pensando nele e assim o atrai.
Mas essa semana foi muito evidente isso, o assunto me perseguia. O tema que eu refletia, era na situação de dominação e poder que alguns casamentos acabam se tornando. Vou tentar deixar mais claro; quando o marido trabalha e a mulher não, por exemplo. A maioria dos casais que eu vejo nessa situação, o marido é folgado pra caramba com a mulher. Dá umas respostas atravessadas muito fácil, faz uma piadinha relacionada ao fato dela não trabalhar tipo: ” Você não faz nada o dia inteiro, não sabe como é…”
Uma amiga querida está nessa armadilha. Parou de trabalhar, teve um filho, e escuta merda pra cacete e tem que baixar a cabeça – ele a sustenta. Vendo as fotos cor de rosa dela no facebook nunca vai imaginar a merda de vida que ela leva. Com outras amigas na mesma situação, vejo o mesmo comportamento: o marido é folgado pra caralho.
Eu passei por isso, esse assédio moral no meu primeiro casamento. Mesmo trabalhando ouvia a mesma frase sempre em uma briga :” Se vc se separar de mim vai correr pra onde? – (detalhe que eu trabalhava no mesmo lugar que ele ,e quando nos separamos ele não sossegou até deixar a minha permanecia lá totalmente insustentavel). – Correr pra onde… tem frase mais humihante?
Corrí, pra longe, bem longe dele.
No meu segundo casamento, eu acho que o fato de eu morar na casa da familia dele e com 6 cachorros tornou ele mais espaçoso, mais folgadinho – ( será que ele tambem pensou ” pra onde ela vai correr?”).
Hoje eu me fodo, trabalho muito, mas não tem ninguém pra me humilhar. Tinha que ser assim?